Alguns
assuntos são indiscutivelmente atemporais.
Desde
os tempos mais remotos, já estava Marx confabulando sobre a questão laboral
como algo que em suma, é um processo entre o Homem e a Natureza, no qual o primeiro,
devido suas próprias ações, é capaz de controlar e regular a seu favor alguns
fenômenos desta, considerando o trabalho humano como não mais instintivo. E
assim, desde Marx temos maior clareza sobre o quão diferentes dos animais somos
quanto ao trabalho.
Ao
menos deveríamos ser.
Mas
é provável que sua avó não pense nas teorias Marxistas durante o almoço de
domingo, quando pergunta a você, em alto e bom som, quando é que você vai
arrumar um emprego de vez. É preciso ter paciência para explicar a ela que não
se trata de puro comodismo seu. Para explicar que a concorrência para qualquer
vaga minimamente decente é imensa e que quase todas exigem, como pré-requisito,
um Curso Intensivo de Fé para acreditar que quando a moça do RH diz: “Qualquer
coisa entraremos em contato!”, é porque ela entrará mesmo.
Ora
curriculum muito extenso, ninguém vai ler, ora curriculum muito curto, ninguém
vai querer. “Mas está sem foto, Senhor.” “Mas fazendo joinha na foto, Senhor?”.
É
moça, às vezes perdemos a compostura.
Contudo,
não temos como seguir em direção contrária, pois precisamos sobreviver em nossa
mui estimada sociedade capitalista; comer, nos vestir, rir (sim, por vezes custa
ir em busca de diversão), sapatos, estudos, o carro, etecetera e tal. Cada qual
tem sua lista interminável.
São
tempos difíceis... para os trabalhadores!
Confesso
que a saudade da infância por vezes, me visita, diante todas essas responsabilidades.
Saudade de poder ser bedel, juiz, herói ou noiva de cowboy. Mas crescemos e
“adultescemos” e agora era fatal que o faz de conta terminasse assim. Pra lá
desse quintal.... bem
pra lá, Chico.
Muito bom o texto Natália! Tambem sinto falta da simplicidade da infância.
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