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Deixe aqui seu curriculum - por Natália Montagner



Alguns assuntos são indiscutivelmente atemporais.
Desde os tempos mais remotos, já estava Marx confabulando sobre a questão laboral como algo que em suma, é um processo entre o Homem e a Natureza, no qual o primeiro, devido suas próprias ações, é capaz de controlar e regular a seu favor alguns fenômenos desta, considerando o trabalho humano como não mais instintivo. E assim, desde Marx temos maior clareza sobre o quão diferentes dos animais somos quanto ao trabalho.
Ao menos deveríamos ser.
Mas é provável que sua avó não pense nas teorias Marxistas durante o almoço de domingo, quando pergunta a você, em alto e bom som, quando é que você vai arrumar um emprego de vez. É preciso ter paciência para explicar a ela que não se trata de puro comodismo seu. Para explicar que a concorrência para qualquer vaga minimamente decente é imensa e que quase todas exigem, como pré-requisito, um Curso Intensivo de Fé para acreditar que quando a moça do RH diz: “Qualquer coisa entraremos em contato!”, é porque ela entrará mesmo.
Ora curriculum muito extenso, ninguém vai ler, ora curriculum muito curto, ninguém vai querer. “Mas está sem foto, Senhor.” “Mas fazendo joinha na foto, Senhor?”.
É moça, às vezes perdemos a compostura.
Contudo, não temos como seguir em direção contrária, pois precisamos sobreviver em nossa mui estimada sociedade capitalista; comer, nos vestir, rir (sim, por vezes custa ir em busca de diversão), sapatos, estudos, o carro, etecetera e tal. Cada qual tem sua lista interminável.
São tempos difíceis... para os trabalhadores!

Confesso que a saudade da infância por vezes, me visita, diante todas essas responsabilidades. Saudade de poder ser bedel, juiz, herói ou noiva de cowboy. Mas crescemos e “adultescemos” e agora era fatal que o faz de conta terminasse assim. Pra lá desse quintal.... bem pra lá, Chico.



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1 comentários :

  1. Muito bom o texto Natália! Tambem sinto falta da simplicidade da infância.

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