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Em Cordas bambas - por Natália Montagner



Ainda ontem, estava eu sentada em um Café, quando ouvi de forma despretensiosa, um trecho da conversa da mesa ao lado. Eis que o homem a concluiu com os dizeres; “ Andar é mesmo equilibrar-se e desequilibrar-se o tempo inteiro. Tem jeito não!”

Fui embora intrigada, talvez com a audácia de tal afirmativa, talvez por ser algo tão natural e corriqueiro que eu mesma não havia pensado mais sobre o andar, desde que aprendi a dominar o meu e senti ali, um convite do universo, para repensar não somente a caminhada concreta, mas para além disso.

Pensei nas inúmeras oportunidades que deixamos passar, por medo de arriscar conhecer o que é novo e, portanto, por nós desconhecido. Por mais que o caminho seja familiar, há insistente insegurança no próximo passo. Mesmo porque, ao longo dos anos vamos perdendo aquela incrível ousadia tão presente em nós nos tempos de criança, tempo no qual parecia tão mais simples fazer a hora sem esperar acontecer, parafraseando Vandré.

Tudo torna-se mais difícil, quando passamos a considerar mais significativa a consequencia do ato, que o ato em si. Que a vida é de quem as atreve, já sabemos, entretanto, sentimos atrevimento naquilo que fazemos? E naquilo que ainda queremos fazer? O medo do tão temível erro, nos faz parar. Parado, ninguém cai. Tampouco move suas energias e seu corpo para algum fim.
Nada cria, pouco vê pelo campo de visão que permanecerá tão limitado. Não se machuca nem se decepciona, mas também não surpreende. Não descobre nem é descoberto. Não vivencia a vida. Vida sem vivências. 

O desequilíbrio e a queda nos trazem uma perspectiva nova, de chão, de base e sustentação para levantar outra vez. Outras tantas vezes e quantas vezes nossa resiliência nos permitir. E uma das forças que nos fazem apoiar as mãos no chão e dar impulso para levantar, incontestavelmente é a esperança e não em “fazer dar certo”, mas principalmente em levantar para viver algo novo, irreverente até então, visto que, como Elis já nos dizia “a esperança equilibrista sabe que o show de todo artista tem que continuar!” Tem jeito não.



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