por Wanderley Luís
Outro ponto importante é que ao mesmo tempo em que se faz necessária a criação de uma imagem forte, o Brasil precisa trabalhar o marketing turístico dando suporte para que aquilo que está sendo ofertado corresponda à realidade. Um exemplo disso é a quantidade de turistas que são assaltados ou sofrem algum tipo de violência na “cidade maravilhosa”. O marketing não divulga a vulnerabilidade e os pontos negativos do local. Essa é a questão: o marketing deve mostrar o que há de ruim no destino ou o governo é que precisa evitar que exista algo ruim no destino? Curitiba-PR também é um exemplo de bom posicionamento de mercado que possibilitou à cidade o reconhecimento como “capital ecológica do mundo”. A cidade não apresenta grande diferença entre discurso e prática. Seu planejamento de marketing é consequência das inovações e do investimento em equipamentos públicos da cidade. Curitiba também apresenta problemas sociais, porém o marketing voltado ao turismo aparentemente entrega ao turista o que vende, sem gerar grandes decepções. Ao marketing turístico cabe ainda a tarefa de “prever o futuro”. O Brasil não previu que seria líder no ranking de marca nacional da América Latina, mas o prêmio veio como consequência de um trabalho sério.
Wanderley Luís é jornalista, editor do site Algo Interessante e graduando em Turismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Em
fevereiro desse ano o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) mostrou o
resultado de uma pesquisa realizada por uma consultoria internacional que
elaborou um ranking dos países de maior referência internacional nos aspectos
culturais, turísticos, imigratórios e de investimentos. O Brasil ocupou o
primeiro lugar entre os países da América Latina e o sexto lugar no ranking
geral, atrás dos Estados Unidos, da Alemanha, Grã Bretanha, França e do Canadá. Em relação ao Turismo, o resultado foi visto
pelo então presidente da Embratur, Vinicius Lummertz (exonerado em março) como
consequência da forte presença da Marca Brasil, que representa a imagem do
turismo brasileiro. A posição do Brasil no ranking também foi comemorada pelos
empresários do setor turístico, já que o país oferece uma variada gama de
atrativos e precisa estar em destaque no cenário internacional para que tais
atrativos despertem interesse de estrangeiros. Porém, o marketing turístico deve
trabalhar de forma sistêmica, sendo necessário pensar também em estratégias
para incentivar os turistas nacionais. Não cabe ao Poder Público fazer a
promoção turística de estabelecimentos da iniciativa privada, mas ao investir
na promoção dos destinos turísticos contemplará os empresários do setor e o
desenvolvimento econômico, social e ambiental do país. Ao menos é isso o que se
espera.
O investimento para promoção dos destinos deve visar o bom posicionamento no mercado. Esse posicionamento pode ser visto, por exemplo, quando perguntado a um turista estrangeiro sobre qual cidade do Brasil já teve conhecimento, provavelmente a resposta será o Rio de Janeiro. O destaque mundial do Rio de Janeiro deve-se ao grande trabalho no país em prol do posicionamento da cidade em âmbito internacional. Essa “fama” não ocorreu de forma inesperada, mas de muito trabalho de marketing e de criação de uma imagem forte. Outros estados também podem planejar seus atrativos de forma a transformá-los em um destino turístico de representação internacional. O fato da cidade do Rio de Janeiro ser considerado o “cartão-postal” do Brasil não exclui as oportunidades de outros estados se promoverem. O Brasil como um todo precisa aproveitar o momento em que é colocado em destaque positivo no cenário internacional turístico e fortalecer sua imagem, já que na esfera política essa imagem está desgastada.
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| Rio de Janeiro - RJ |
O investimento para promoção dos destinos deve visar o bom posicionamento no mercado. Esse posicionamento pode ser visto, por exemplo, quando perguntado a um turista estrangeiro sobre qual cidade do Brasil já teve conhecimento, provavelmente a resposta será o Rio de Janeiro. O destaque mundial do Rio de Janeiro deve-se ao grande trabalho no país em prol do posicionamento da cidade em âmbito internacional. Essa “fama” não ocorreu de forma inesperada, mas de muito trabalho de marketing e de criação de uma imagem forte. Outros estados também podem planejar seus atrativos de forma a transformá-los em um destino turístico de representação internacional. O fato da cidade do Rio de Janeiro ser considerado o “cartão-postal” do Brasil não exclui as oportunidades de outros estados se promoverem. O Brasil como um todo precisa aproveitar o momento em que é colocado em destaque positivo no cenário internacional turístico e fortalecer sua imagem, já que na esfera política essa imagem está desgastada.
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| Curitiba - PR |
Outro ponto importante é que ao mesmo tempo em que se faz necessária a criação de uma imagem forte, o Brasil precisa trabalhar o marketing turístico dando suporte para que aquilo que está sendo ofertado corresponda à realidade. Um exemplo disso é a quantidade de turistas que são assaltados ou sofrem algum tipo de violência na “cidade maravilhosa”. O marketing não divulga a vulnerabilidade e os pontos negativos do local. Essa é a questão: o marketing deve mostrar o que há de ruim no destino ou o governo é que precisa evitar que exista algo ruim no destino? Curitiba-PR também é um exemplo de bom posicionamento de mercado que possibilitou à cidade o reconhecimento como “capital ecológica do mundo”. A cidade não apresenta grande diferença entre discurso e prática. Seu planejamento de marketing é consequência das inovações e do investimento em equipamentos públicos da cidade. Curitiba também apresenta problemas sociais, porém o marketing voltado ao turismo aparentemente entrega ao turista o que vende, sem gerar grandes decepções. Ao marketing turístico cabe ainda a tarefa de “prever o futuro”. O Brasil não previu que seria líder no ranking de marca nacional da América Latina, mas o prêmio veio como consequência de um trabalho sério.
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| Recife - PE |
Considerando que Rio de Janeiro e Curitiba,
mesmo com os problemas existentes, mantém uma boa imagem nacional e internacionalmente
sobre a atividade turística, é importante analisar outros estados brasileiros e
sua forma de trabalho. Pernambuco, por exemplo, enfrenta dificuldades em
promover a atividade turística no próprio estado e um dos motivos pode ser a
falta de apoio de empresários do setor. Se não há envolvimento do trade
turístico de Pernambuco para fortalecer o turismo interno, mais difícil será se
organizar para transformá-lo em turismo mundial. É necessário que haja
interesse do governo, setor empresarial e sociedade em prol da atividade
turística. Enquanto alguns estados brasileiros não entenderem a importância da
atividade, a imagem do país continuará sendo representada no setor apenas pelo
Rio de Janeiro. Vale ressaltar também a importância que a Amazônia tem para a Marca
Brasil. O chamado “pulmão do mundo” tem características ímpares que colocam o
país na rota de muitos adeptos do turismo de aventura e do ecoturismo, além de
São Paulo, grande centro do turismo de negócios. A representatividade do Brasil
na América Latina traduz a grandeza desse país e sua diversidade. Fortalecer
ainda mais essa imagem possibilitará que mais turistas conheçam esse “país
continental”, ao mesmo tempo em que incentivará que os próprios brasileiros
conheçam o Brasil. afinal, “encantar o brasileiro com as experiências de viagem
no Brasil” foi a missão elaborada em 2014 pelo Ministério do Turismo.
Wanderley Luís é jornalista, editor do site Algo Interessante e graduando em Turismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR)
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